RaianiSibien

Viagens, momentos e histórias pelo mundo afora.

Acabei de voltar de Dinant, uma cidade localizada no município da Valônia, província belga de Namur, e a 90 km a sudeste de Bruxelas. Não imaginava que a região fosse tão bonita; estou absolutamente encantada com a beleza desse lugar, superou e muito as minhas expectativas.

Antes da viagem, não pesquisei na internet ou procurei saber como era a cidade, simplesmente aceitei um convite e fui, de mochila nas costas, tênis, e uma camisetinha básica. O dia estava lindo – coisa rara aqui na Bélgica – e aproveitamos ao máximo para fazer atividades também ao ar livre.

Nossa primeira parada foi La Citadelle de Dinant,  convertida em um museu de armas e história de guerras que ocorreram na região em diferentes épocas. Para chegar a Cidadela, visitantes têm a opção de subir a escadaria de 408 degraus (datada de 1577) ou pegar o teleférico. Nossa escolha foi subir de teleférico e descer pela escadaria.

Visitamos também a Collégiale Notre-Dame de Dinant, uma catedral gótica e um dos monumentos mais representativos da arquitetura gótica que se espalhou no antigo principado de Liège no século XIII. Bem interessante!

Prosseguimos com um passeio de barco, incluído no nosso pacote de visita à Cidadela. Esse foi o momento de descansar, aprender mais sobre a história do local e admirar a paisagem.

Após o passeio de barco, fomos almoçar e em seguida visitamos o La Maison de Monsieur Sax, um pequeno centro inteiramente dedicado ao inventor do saxofone, Adolphe Sax. O centro fica na 37 Rue Sax, na casa em que Adolphe nasceu em 1814.

Outra grande atração na cidade é a Grotte La Merveilleuse. Descoberta em 1904, a caverna é considerada uma das mais belas da Europa, atraindo turistas do mundo todo. Infelizmente, não tivemos tempo de conhecer a caverna mas não faltarão oportunidades.

Dependendo do seu ritmo, um dia inteiro é suficiente para ver as principais atrações da cidade, mas vale ressaltar que museus normalmente fecham cedo e a caverna funciona somente das 11h às 17h durante o verão e até às 16h no restante do ano.
A melhor época para visitar Dinant, na minha opnião, é no verão. Acho que um dia ensolarado deixa qualquer cidade mais bonita e é geralmente no verão quando vemos mais movimento nas ruas, mais atividades ao ar livre, e onde podemos aproveitar melhor o dia já que o sol se põe depois das 21h:00/22h:00 nessa época do ano.

Dinant foi uma descoberta deliciosa de um dia memorável. A Bélgica tem me ensinado a não subestimar o desconhecido, e como é bom se deixar surpreender.

Você já foi a Dinant? Como foi sua experiência? Compartilhe aqui nos comentários!

Olá queridos amigos e leitores! No final do mês passado completaram-se 13 anos desde que saí do Brasil. Como o tempo voa, quanta história pra contar, quantas experiências novas, como a vida nos surpreende e como Deus é bom!

Antes de falar sobre a jornada fora do país, gostaria de fazer uma breve retrospectiva e compartilhar um pouquinho do que passava pela minha cabeça muito antes disso tudo acontecer.

O interesse por outras culturas e idiomas começou ainda na infância. Meus pais tinham alguns livros com o alfabeto grego, hebraico e fenício. Com uma ousadia inocente, tentei aprender o grego e o hebraico por conta própria. Apesar da tentativa frustrada, entendi muito cedo que a possibilidade de poder me comunicar com pessoas em outras línguas me fascinava.

Na adolescência, comecei a sonhar, literalmente, que visitava vários países. Acordava e contava pra minha mãe como eram os lugares que eu tinha conhecido, mencionando com propriedade cada detalhe das cidades. Dentre alguns países, estavam Grécia, Inglaterra, França e Israel (abaixo algumas fotos da primeira vez que visitei esses países). Ela ria, achava tudo aquilo engraçado, criativo, talvez infantil ou no mínimo longe da nossa realidade. Os sonhos aconteciam inclusive na sala de aula e durante algumas aulas do cursinho (shame on me, haha). De qualquer forma, sentia que um dia aqueles sonhos poderiam se concretizar. Mal sabia eu que em 2, 3 anos, a aventura no exterior começaria sem prazo para acabar.

 Em maio de 2006, tranquei a faculdade de música em São Paulo e embarcamos pra Itália. Eu não falava uma palavra de italiano e confesso que os três primeiros meses de adaptação foram bem desafiadores.

Desde que sai do Brasil, morei na Inglaterra, Itália, Suíça, Israel, Estados Unidos e Bélgica. Mudar de país é extremamente exaustivo em todos os sentidos: emocional, profissional e psicológico. Significa deixar tudo para trás e recomeçar do zero, muitas vezes sozinho (a). Ao mesmo tempo, todas essas mudanças nos últimos 13 anos me deram a oportunidade ímpar de testar meus limites, conhecer mais sobre mim mesma, de explorar novas culturas e me abriu um leque de possibilidades. Sobretudo, me deu experiência de vida e transformou a forma como vejo o mundo.

A vida no exterior tem seus sabores e dissabores e requer muita garra, determinação, paciência e persistência. Esses componentes são fundamentais pra quem quer crescer fora do seu país de origem. Hoje ouvi uma frase que dizia “Não cheguei aqui de elevador, subi degrau por degrau.” E é isso, devagar e sempre, tentando e acreditando que a recompensa de tanto esforço mais cedo ou mais tarde chega (de preferência mais cedo que mais tarde, hahaha).

Muitos me perguntam se pretendo voltar pro Brasil. Não descarto essa possibilidade mas também não tenho planejado esse retorno, a não ser pra visitar amigos e parentes. Fato é que quanto mais tempo passamos no exterior mais distantes ficamos da realidade do passado, ao menos, é assim que me senti por vários anos. Recentemente, comecei a sentir uma identificação maior com o Brasil, não sei se por uma necessidade de pertencer, que foi perdida dentre as tantas mudanças de país, ou pela saudade do clima tropical, das praias, da comida, das igrejas, e da alegria de viver das pessoas.

Dentre certezas e incertezas, continuo a caminhada por terras longínquas, assimilando o mundo à minha volta e fazendo dele minha casa.


Demorei mas voltei! Após quase um ano de hiato, estou retomando as atividades do blog.

No final do ano passado recebi uma boa proposta de trabalho em Bruxelas e não pensei duas vezes. Em poucas semanas me mudei para a Bélgica e, pra minha surpresa, estou adorando morar aqui.

Bruxelas é a capital do reino da Bélgica e é também a capital política da Europa. A cidade é sede da União Européia (Parlamento Europeu, a Comissão e o Conselho Europeu) e da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN).

Além de ser uma cidade internacional e bem cosmopolita, independente da época do ano, tem sempre algo interessante pra fazer, pra conhecer e descobrir. A capital belga proporciona uma boa qualidade de vida e oferece ótimas oportunidades profissionais e acadêmica.

Bruxelas nem é grande demais para se tornar caótica e nem pequena demais pra se tornar pacata; ideal pra quem procura um meio termo entre tranquilidade e agitação. A cidade é segura, organizada, e abriga um grande número de brasileiros, portugueses, árabes e outras nacionalidades.

Uma das vantagens de morar em Bruxelas é a facilidade de viajar pra países vizinhos como a França, Inglaterra, Luxemburgo, Holanda, e Alemanha. É possível chegar em Paris, Londres ou Amsterdã em apenas duas horas de trem, e os preços das passagens são bem acessíveis.

Em termos de culinária, Bruxelas é famosa pela batata frita, waffles, e pelas cervejas belgas. Os waffles são minha tentação e a razão pela qual comprei uma balança pra controlar meu peso – logo que cheguei no país, comia uns três waffles com nutella por semana :D.

As línguas oficiais da Bélgica são o francês e o neerlandês mas o inglês é bem difundido em Bruxelas, por isso, se você domina o inglês, consegue se virar bem na cidade sem falar o idioma local.

Aos poucos, estou descobrindo Bruxelas e me encantando pela cidade e pelo país em geral. Que lugar interessante! Mal posso esperar pelas próximas aventuras nessa terrinha linda e cheia de surpresas.

Demorei mas voltei minha gente querida! Muitas coisas aconteceram nesses últimos meses e não consegui me dedicar ao blog como gostaria.

Mas bem, vamos para as novidades. Em março, comecei um estágio na Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN ou NATO em inglês) e estou amando.  Trabalho no departamento de Comunicações Estratégicas do Allied Command Transformation (ACT), um dos dois Comandos Estratégicos da OTAN, localizado no estado de Virginia, nos Estados Unidos. Dentre outras funções, sou responsável pelas redes sociais da NATO ACT – aproveite para nos seguir no Twitter, Facebook, LinkedIn e YouTube :).

O que é a OTAN (NATO)?

Fundada em 1949, a OTAN é uma uma organização política e militar formada por países da Europa e da América do Norte.  Atualmente, a aliança é composta por 29 países membros. Clique aqui para saber mais sobre a OTAN.

Minha Experiência na OTAN (NATO)

Sem demagogia posso dizer que estou adorando minha experiência na OTAN. Tenho a felicidade de fazer parte de uma equipe fantástica que desde o início me acolheu como parte do time, e que me deu total liberdade de tentar, de inovar, de experimentar, de opinar e de crescer profissionalmente.
Trabalhar na OTAN me deu a oportunidade de conhecer um mundo totalmente novo, o mundo militar, antes distante da minha realidade. O contato diário com militares me permitiu enxergar assuntos de política e segurança nacional e internacional por outro prisma, ampliando minha visão sob diferentes perspectivas. Além disso, trabalhar em um ambiente internacional e poder interagir com pessoas de quase 30 países e culturas distintas é uma experiência enriquecedora.

6 Fatos e Dicas sobre a OTAN (NATO) 

1 – A NATO ACT é o único Comando NATO na América do Norte.

2 – Somente cidadãos e militares de países membros podem se candidatar para uma vaga/trabalhar na Organização. Se você, assim como eu, tem cidadania européia e seu país é membro da OTAN, poderá se candidatar a uma vaga na Organização.

3 – Cerca de 80% dos funcionários da OTAN aqui dos EUA são militares e 20% civis.

4 – Decisões são tomadas por consenso, baseando-se no princípio de defesa coletiva do Artigo 5º do Tratado de Washington que estabelece que um ataque contra um ou mais dos seus membros é considerado um ataque contra todos.

5 – A sede principal da OTAN fica em Bruxelas, na Bélgica, mas a OTAN possui comandos estratégicos e bases militares em vários países.

Para mais fatos e curiosidades sobre a NATO ACT, clique aqui.

Quer saber mais sobre a OTAN? Deixe seu comentário aqui!

Jerusalém é o lugar mais intrigante e fascinante que conheço e uma das cidades que mais marcou a minha vida.
Sempre tive uma curiosidade inexplicável pela Terra Santa e pelo povo judeu. Em 2016, o sonho de morar em Israel virou realidade e a curiosidade se transformou em amor.

Em Jerusalém tudo parece ser vivido e sentido de forma mais intensa. Tal intensidade, que às vezes me sugava as energias, me fazia sentir viva, cercada por um mundo ao qual não pertencia mas que de alguma forma compreendia e amava.

Mas o que me fascina nessa cidade tão disputada e venerada? Além do seu significado espiritual, Jerusalém me permite experimentar várias sensações simultaneamente, em uma mistura de antíteses que a torna única e envolvente. Para alguns, um lugar de paz, para outros, de guerra, de vitórias e de derrotas, de sorrisos e choros, de constantes e variáveis.
O que mais  aprecio na cidade são as tradições, os contrastes, as diferenças étnicas, religiosas e culturais, a coexistência que muitos desconhecem, sua riqueza histórica, sua espiritualidade intrínseca, sua beleza despretenciosa e imponente, e o que sinto quando estou ali. Uma vez, minha mãe me disse uma frase que nunca esqueci: “As pessoas podem até esquecer o que você disse mas jamais esquecerão de como você as fez sentir.” Com lugares também é assim; ou amamos e queremos voltar outras vezes ou não gostamos e nunca mais voltamos. Jerusalém me faz bem, me traz bons sentimentos e a vontade contínua de voltar.

Um dos aspectos mais interessantes, na minha opinião, é perceber que existe uma certa separação e divisão entre diferentes comunidades mas existe também uma tolerância entre árabes e judeus que a mídia não mostra. Essa coexistência me chamou a atenção desde a primeira vez que visitei Jerusalém. Em um mesmo lugar podemos encontrar judeus messiânicos, ortodoxos ou ateus, árabes cristãos e muçulmanos, drusos, católicos e evangélicos. E diferente do que muitos imaginam, essas pessoas convivem – ou ao menos se aturam – civilizadamente.

Com o tempo, criei um certo ritual e costumava repetir as mesmas coisas toda vez que estava na cidade. A principal delas era visitar o Muro das Lamentações, meu lugar preferido em Jerusalém. Aquele era meu momento de reflexão, de fechar os olhos e escutar o sussurro das orações, o silêncio da reverência, sentir o vento bater, observar as pessoas em suas demonstrações de fé, fazer meus agradecimentos e continuar contemplando o local por algum tempo. Esses momentos de quietude e reflexão me traziam uma paz singular!

É claro que cada um tem uma experiência diferente. Pra mim, a importância de Jerusalém vai além do seu valor histórico, das atrações turísticas ou das belezas que a cidade possa oferecer. Jerusalém representa a fé cristã e tem um grande significado espiritual não somente para nós cristãos mas também para judeus e muçulmanos.

Independente de religião, dogmas e crenças, Jerusalém é realmente um lugar interessante sob vários aspectos, por isso, não deixe de conhecer esse mundo intrigante e fascinante que conquistou meu coração para SEMPRE.

No próximo post darei dicas do que ver e fazer na cidade. Não perca!