A antiga cidade de Petra, na Jordânia, foi a capital dos árabes nabateus e é hoje o destino mais popular do país, atraindo um grande número de turistas e curiosos dispostos a desbravar seus mistérios. Admirada por sua arquitetura imponente esculpida em rochas, sua história milenar, exuberantes belezas naturais, e por seu sistema de canalização de água, Petra é patrimônio mundial da UNESCO e um dos tesouros nacionais.
Decidimos nos hospedar numa tenda beduína do Seven Wonders Bedouin Camp e foi uma experiência incrível. Foi bem difícil achar o local mas assim que chegamos fomos muito bem recebidos. O responsável pelo estabelecimento nos deu toda a atenção, nos entregou um mapa da região e deu sugestões do que ver ou fazer nos dias seguintes.
Assim que chegamos, deixamos as coisas na tenda e fomos para o Petra by Night, um evento que permite conhecer parte da cidade à luz de velas e explorar a cidade antiga. As velas são colocadas no chão dos dois lados enquanto caminhamos entre as paredes de formações rochosas. O final da caminhada nos leva ao Al Khazneh, uma das atrações mais importantes e impressionantes de Petra. Mais de 1.500 velas são colocadas na frente do monumento, os participantes se sentam no chão e então começam as apresentações musicais com flautas e outros instrumentos típicos da região e da cultura local. Foi um momento mágico e de muita paz. Super recomendo!
O evento Petra by Night acontece todas as segundas, quartas e quintas-feiras, à partir das 20h30.
No dia seguinte, após o café da manhã, voltamos novamente para o Centro de Visitantes e começamos a explorar a cidade. Fizemos amizade com alguns beduínos, tomamos chá com eles no alto de uma montanha, escutamos suas histórias e continuamos nosso trajeto. Tivemos que subir mais algumas montanhas e foi bastante cansativo mas tivemos uma visão privilegiada de Petra.
Na parte da tarde, visitamos o Museu sobre a história de Petra, localizado na entrada do Centro de Visitantes:
A noite terminou com uma passadinha numa confeitaria e um jantar num restaurante no centro da cidade.
A parte mais urbana da cidade é bem pequena e sem grandes atrações turísticas, mas acho que também vale a pena conhecer, mesmo que rapidamente. A antiga Petra é linda, cheia de belezas naturais, riquezas culturais e histórica, um lugar realmente fascinante. Porém, se você for curioso como eu e quiser ter uma idéia de como é o dia-a-dia dos residentes de Petra, a melhor opção é dar uma volta no centro. Caminhamos pelas ruas, entramos em algumas confeitarias e lojinhas, conversamos com moradores locais, observamos o estilo das casas e das escolas e a interação das pessoas. Estar entre residentes nos ensina muito sobre a cultura local e sobre os aspectos socio-econômicos do lugar.
Falando-se de economia, um fato que me chamou atençao foi o alto custo de vida na Jordânia e como a moeda deles é forte. Gente, a moeda deles é uma das mais caras do mundo, superando até mesmo a libra esterlina. Por exemplo, 100 dinar jordaniano corresponde a aproximadamente 141 dólares/459 reais ou 106 libras. Tem que ir com o bolso preparado!
De fato, muitas familias não têm uma boa condição financeira e isso se reflete, por exemplo, na educação das crianças, que muitas vezes precisam faltar escola para trabalharem e ajudarem nas despesas da casa. Encontramos várias crianças nas áreas turísticas tentando vender cartões postais ou outros souvenirs. Conversamos com algumas delas. Uma nos pediu um pouco da água que levávamos na parte externa da mochila. Outra, foi correndo comprar alguns biscoitos assim que nos vendeu um dos seus cartões portais. Ver crianças tão amáveis, alegres, espertas e cheias de vida vivendo dessa forma, foi no mínimo motivo de reflexão. Sei que essa é, infelizmente, a realidade de muitos, mas não quer dizer que devemos nos acostumar, nos conformar ou fechar os olhos à realidade que nos cerca.
Petra foi uma viagem marcante em vários sentidos, uma experiência de vida que me enriqueceu como ser humano. Viagem bastante e sejam transformados pela incrível oportunidade de conhecer o que hoje desconhecemos.