O deserto de Wadi Rum, também conhecido como Vale da Lua, localiza-se no sul da Jordânia e é atualmente um dos lugares mais procurados por turistas no país. Com uma história milenar, Wadi Rum é considerada área protegida sob os cuidados da municipalidade de Aqaba e é também patrimônio mundial da UNESCO. O local foi habitado por vários povos, incluindo pelos Nabateus, antigo povo semítico que desempenhou um papel importante na história no Oriente Médio.
Com o passar dos anos, Wadi Rum foi se destacando por seus aspectos naturais e culturais, se tornando uma das locações principais de filmes como o Lawrence da Arábia (1962) e Planeta Vermelho (2000), onde o local foi utilizado para replicar a superfície de Marte.
Alguns imaginam o deserto como uma extensão vazia, sem grandes atrativos culturais, históricos ou sociais, mas não é bem assim. Além de montanhas de areias de tom avermelhado como o Jebel Um Ishrin e arcos naturais como o Burdah Rock Bridge, Wadi Rum possui esculturas pré-históricas em formações rochosas e várias inscrições petróglifos (desenhos/escritas simbólicas gravadas na rocha) como vemos na foto abaixo.

Foto tirada no Khaz’ali, Wadi Rum
Nosso Dia em Wadi Rum:
Nosso dia foi organizado pela Wadi Rum Nomads. Começamos com um passeio de camelo até o Centro de Visitantes de Wadi Rum, onde paramos para tomar um chá/café juntamente com outros turistas que se encontravam ali.
Em seguida, em uma espécie de Jeep, nosso guia nos levou para conhecer os principais pontos turísticos do deserto, incluindo o Jabal Umm ad Dami, o Lawrence’s Spring, o Mushroom rock, o Rock Bridge, o canyon do Abu Khashaba, Um Sabatah, Um Fruth rock bridge e outras atrações.
Comida Beduína:
As refeições foram preparadas pelos nossos guias beduínos. O almoço foi bem simples mas o jantar foi maravilhoso: frango, batata assada, arroz e salada, tudo feito no ‘zarb’, um forno subterrâneo coberto de areia no deserto. O longo processo de cozimento produz sabores deliciosos.
Durante o almoço e o jantar com os beduínos, tivemos a oportunidade de bater-papo com eles e entender melhor como vivem e como pensam. Eles nos contaram, por exemplo, como caçam cabras selvagens nas montanhas altas do deserto, como sabem distinguir onde estão as cobras pelos rastros deixados na areia, por que amam morar no deserto e por que não deixariam Wadi Rum por nenhum lugar no mundo. Os beduínos são um povo nômade, em sua maioria muçulmanos, que vive nos desertos do Oriente Médio e no norte da África. Alguns dormem em casas, outros em tendas e outros nas cavernas das rochas.
Um dos momentos mais marcantes do jantar foi quando começaram a tocar e cantar músicas típicas da cultura local. É incrível como a música é uma linguagem universal e como tem o poder de nos tocar, de nos envolver e de nos conectar com pessoas muitas vezes tão diferentes de nós.
Dormindo com as Estrelas no Deserto
Dormimos no deserto ao aberto, contemplando as estrelas e a lua. A lua cheia nos iluminava e clareava todo o deserto. Como alguém que nasceu e cresceu na cidade, nunca nesses anos todos eu havia percebido a intensidade do brilho da lua. De repente ela não parecia mais tão distante; estava ali exuberante e me acompanhando naquela aventura. Enquanto olhava para o céu, comecei a refletir sobre a vida, sobre Deus e sua criação, em como a correria do dia-a-dia muitas vezes nos impede de desfrutar da natureza e até mesmo de notá-la. Confesso que levei algum tempo pra dormir por causa da claridade, mas aquela foi uma das experiências mais incríveis da minha vida.
Acordamos no dia seguinte, tomamos café e partimos de Wadi Rum para a cidade de Aqaba, onde cruzamos a fronteira e voltamos para Israel.

café da manhã no deserto
No geral, minha experiência em Wadi Rum foi maravilhosa e super recomendo. Se quiser saber mais detalhes sobre a viagem, deixe um comentário aqui que responderei assim que puder.
Boa viagem, companheiros!