A Palestina foi um dos lugares mais memoráveis em que já estive. Confesso, não é o lugar mais bonito do mundo mas possui uma energia especial.
Estava em um ônibus com vários outros turistas e havíamos planejado visitar Belém, cidade palestina localizada a 10km de Jerusalém. Na chegada, é possível ver o longo muro que protege a cidade. Judeus são proibidos de entrarem na Palestina devido aos conflitos entre os dois territórios, por isso, nosso guia turístico judeu teve que ser substituído por um guia palestino para então seguirmos viagem. Ainda assim, antes de entrarmos na cidade, tivemos que aguardar alguns minutos para que a polícia fizesse as devidas inspeções.
Belém é de extrema importância para Cristãos do mundo inteiro, pois é considerado o lugar onde nasceu Jesus e onde o Rei Davi cresceu e foi coroado rei. Vale ressaltar que a região é importante também para os muçulmanos já que eles consideram Jesus um dos principais profetas islâmico. Apesar da maioria dos habitantes da cidade serem muçulmanos, Belém possui uma das maiores comunidades de cristãos palestinos.
Uma das principais atrações da cidade é a Basílica da Natividade, também conhecida como Igreja da Natividade, local onde Jesus foi concebido. Datada do tempo do imperador romano Constantino, no século IV, e restaurada no século VI, é uma das igrejas mais antigas ainda em funcionamento. Sua parte externa parece uma fortaleza medieval com paredes espessas e janelas pequenas.
Situada na Praça Manger, a basílica foi destruída e reconstruída várias vezes sob o comando de diferentes povos. Sua entrada é baixa e estreita (cerca de 1m e meio) e foi intencionalmente construída dessa forma para proteger e evitar a invasão de inimigos que chegavam à cavalo. Contudo, a gruta, construída embaixo da basílica, foi preservada e hoje recebe milhares de visitantes o ano inteiro. Atualmente, a igreja pertence a igreja Ortodoxa Oriental, a Igreja Armena e aos monges franciscanos.
O interior da igreja é simples mas interessante. No chão e nas paredes encontram-se fragmentos de mosaicos que datam do tempo das Cruzadas. Ao centro está a porta que dá acesso à gruta. A fila para entrar na Gruta da Natividade é grande mas a ansiedade e expectativa de poder ver e tocar o local onde Cristo nasceu faz a espera valer a pena, ao menos para a maioria das pessoas. Descendo algumas escadas, é possível ver um altar e, por baixo deste, uma estrela de prata que marca o lugar exato onde Jesus nasceu.
A ora da volta foi interessante. Estávamos todos parados na calçada da rua esperando pelo nosso ônibus e enquanto isso habitantes locais circulavam por ali, olhavam para a gente e começavam a falar em árabe entre eles. Eles falavam alto, em tom meio agressivo como se estivessem “batendo boca”. Alguns dos meus colegas ( a maioria europeu e alguns americanos) se perguntavam o que estaria acontecendo mas acho que era simplesmente o modo deles se comunicaram, assim como os italianos têm uma forma particular de se expressarem. De qualquer forma, é inegável o fato que existe sim uma tensão que paira sobre aquele lugar e talvez quem esteja de fora sinta essa tensão de modo mais acentuado.
Depois de uns 15 minutos nosso ônibus chegou, embarcamos e então nosso guia nos levou até uma loja de souvenirs antes de partirmos novamente para Jerusalém. A loja que ele nos levou era bem cara, mas segundo ele, era a de maior qualidade e a que nos daria desconto. Infelizmente eu adoro comprar souvenirs (mas estou tentando mudar essa mania para maior praticidade das minhas futuras mudanças de casa ou de país). Acabei levando para casa um prato, um cálice e um Tallith, um xale usado restritamente por homens judeus geralmente nas sinagogas e na hora das orações de Shacharit, feitas pela manhã. Para um judeu, a minha aquisição é uma afronta e uma ofensa, mas eu achei o Tallith de uma beleza extraordinária. Certamente não o uso para fins religiosos mas o mantenho no meu quarto quase que como algo sagrado.
Após as compras, retornamos para Jerusalém mas aquele dia em Belém foi marcante. Eu sou fascinada pelo Oriente Médio e pretendo visitar a Palestina novamente, dessa vez com mais tempo para conhecer o maior número de cidades possível.

















essas suas matérias são de encher os olhos,obrigado por posta-las,aprendi muitas coisas legais sobre esses lugares.
lhe convido a conhecer o site jw.og tenho certeza que você vai encontrar varios assustos do seu interesse.
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Amei!!!
Bjo enorme princesa.
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