Como uma apaixonada por filmes, não poderia deixar de conferir o Festival de Filme de Londres.
O festival, organizado pelo British Film Institute (BFI), acontece todo ano no mês de Outubro. Esse ano o evento começou dia 10 e vai até dia 21 em diferentes localidades da cidade.
Os ingressos esgotaram em poucos dias e dentre dezenas de opções escolhi assistir um filme Sueco chamado Eat Sleep Die (2012)- Äta sova dö, título original.
Cheguei no cinema de Leicester Square às 3:15pm de Sábado passado, sem saber o que esperar do filme, mas simplesmente pelo fato de não ser Hollywoodiano já despertou minha curiosidade. O filme conta a história de Raša (Nermina Lukač), uma menina de 20 anos que mora com seu pai em um vilarejo na província de Skåne na Suécia. A fábrica onde trabalha passa por ajustamentos e ela é mandada embora assim como a maioria dos seus colegas. O filme retrata a dificuldade da jovem em encontrar um novo emprego na sua cidade e o desafio de ser imigrante na hora de procurar trabalho, já que ela vem do leste europeu. Raša se vê diante de uma escolha: deixar seu pai e seus amigos por uma oportunidade de trabalho em outra parte da Suécia ou continuar desempregada permanentemente.
O filme é bem diferente da maioria dos filmes que já vi. Saí do cinema com a sensação de ter participado daquela história e da vida dos personagens. O filme é abordado de forma simples, realista, humana e sensível, o que faz com que o público se identifique com mais facilidade se comparado com filmes “mainstream” onde os atores e atrizes vivem uma vida fora da realidade da maioria.
Foi uma experiência legal ter participado do festival. Ano que vem vou tentar me organizar melhor para assistir mais filmes durante os dias do evento. Lembre-se que sócios da BFI tem 10 dias de preferência na compra dos ingressos antes que a bilheteria seja aberta ao público. Então, se quiser prioridade na hora de escolher os filmes que quer assistir, se associe ao Instituto.
Falando-se em filmes, tem muito filme americano bacana mas tenho a impressão que todos seguem a mesma linha, com as mesmas histórias e mesmos artistas.
Com a invenção da biblioteca de filmes disponíveis do iTunes, a concepção sobre cinema pode se expandir ou mudar. Comecei a explorar o mundo dos filmes não necessariamente conhecidos pelo público em geral e descobri que existe cinema além de Hollywood e que esse cinema pode ser incrivelmente interessante. Aliás, o cinema nasceu na França e foi grandemente influenciado por diferentes movimentos como a Nouvelle Vague francesa, o Neo-Realismo italiano e o Expressionismo alemão. Adoro filmes europeus! Minha preferência tem sido por filmes franceses, dinamarqueses, suecos, noruegueses e alemães.
Vou deixar algumas dicas de filmes aqui para quem se interessar:
Francês: Não Conte à Ninguém (Ne le dis à personne), A Conspiração Burma (Largo Winch 2 – The Burma Conspiracy) e A Chave de Sarah (Elle s’appelait Sarah)
Norueguês-Alemão: Headhunters (Hodejegerne)
Dinamarquês: In a better world (Hævnen) e ID:A. Dois filmes completamente diferentes mas interessantes. Pessoalmente, gostei mais de ID:A por ser uma história mais intrigante e misteriosa, mas é uma questão de preferência de estilo.
Alemão: Sophie Scholl- os últimos dias
Minha maior dica é que vocês explorem o não comercial, o não óbvio. Existem inúmeros filmes super interessantes que não são muito conhecidos pelo público em geral e que estão disponíveis na internet. Com a facilidade tecnológica que temos hoje em dia, qualquer pessoa pode ter acesso aos mais diversos filmes quer seja filme europeu, americano, indiano ou asiático. Nesse sentido, somos uma geração privilegiada. Agora, vamos desfrutar desse privilégio 🙂
Bom filme, beijo e bom resto se semana a todos :).
